Washigton - A secretária de Estado Hillary Clinton falou da importância da viagem que o presidente Barack Obama fará pela América Latina, ao afirmar que é de interesse dos Estados Unidos aproveitar as oportunidades fenomenais oferecidas pela região.
"Todas estas relações se reduzem a apenas uma coisa: aproveitar as oportunidades fenomenais que temos nesta região. Nossa oportunidade de criar emprego e impulsionar o desenvolvimento", assinalou Hillary.
"Obviamente, há muitas coisas acontecendo em torno do mundo, desde históricas mudanças no Oriente Médio e no norte da África, até a tragédia no Japão", acrescentou Hillary, em um evento sobre as relações dos Estados Unidos com a América Latina em um centro de análise em Washington.
"Mas temos que nos ocupar do que é urgente e do que é importante, ao mesmo tempo, e este é um bom momento para deixar de lado os eventos urgentes atuais e considerar outra parte importante do mundo", explicou.
A Casa Branca descartou nos últimos dias a possibilidade de que Obama suspendesse sua viagem pelas graves crises mundiais, somadas à crescente hostilidade interna da oposição republicana.
Clinton também destacou o dinamismo e o importante crescimento econômico da região, sua potencialidade como mercado para os produtos americanos e o fato de que a América Latina forneça "a metade do petróleo que importamos".
"O Brasil se encaminha para ser um dos principais abastecedores (de petróleo) graças a suas recentes descobertas off-shore", afirmou.
Ela defendeu a necessidade de estreitar os laços comerciais com a região, ao mesmo tempo em que disse entender a preocupação nos Estados Unidos de que "a globalização e a integração eliminem postos de trabalho na economia americana".
"Estas relações econômicas não são de tudo ou nada: definitivamente beneficiam os povos de todos os países envolvidos", acrescentou.
Em entrevista ao jornal USA-Today desta sexta-feira, Obama afirmou que o crescimento impressionante da América Latina representa uma oportunidade para abrir mercados e impulsionar a criação de empregos nos Estados Unidos, que ainda se recuperam de uma grave crise econômica.
"O crescimento impressionante que vimos nos últimos anos na América Latina é bom para as pessoas deste continente, e é bom para nós", disse Obama, em um editorial publicado nesta sexta-feira pelo jornal USA Today.
"Enquanto estes mercados crescem, cresce também sua demanda por bens e serviços - bens e serviços que eu, como presidente, quero assegurar que sejam produzidos nos Estados Unidos", disse Obama, que em sua viagem pela América Latina passará também por Chile e El Salvador.
A "mais alta prioridade" dos Estados Unidos é criar empregos, em meio a um alto desemprego e uma recuperação econômica muito lenta - "uma das razões" da viagem do presidente à América Latina.
"Nossas exportações para a região estão crescendo mais rápido que as exportações para o resto do mundo, e logo sustentarão mais de dois milhões de postos de trabalho nos Estados Unidos", destacou Obama.
O presidente americano também aponta as vantagens dos três países que visitará: o Brasil, que possui uma "classe média crescente" e uma renda per capita que aumenta 7% anualmente; o Chile, cujo crescimento econômico em 2011 deve superar os 5% do ano passado; e El Salvador, que apresenta "grande potencial de crescimento futuro".