O gerente executivo da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, disse nesta quarta-feira (16/3) que existe certa preocupação por parte das empresas brasileiras que importam de empresas japonesas diante da catástrofe que se abateu sobre o país, ainda que o parque industrial não tenha sido afetado de forma significativa pelo terremoto.
Castelo Branco ressaltou, no entanto, que o episódio ainda é muito recente e, por isso, é difícil mensurar a intensidade de seus efeitos na economia brasileira. Para ele, passado o receio de uma consequência mais grave devido aos problemas com os reatores nucleares, o custo da economia japonesa deverá ser o da reconstrução.
O economista acredita que as perdas na economia japonesa, uma das maiores do mundo, podem trazer efeitos negativos para o Brasil e outros países que têm negócios com empresas japonesas. Ele acredita, apesar disso, que o Japão tem fôlego para uma recuperação a médio prazo. ;Evidentemente, que a médio prazo, o Japão vai se recuperar e vai retomar o seu nível de atividade normal;.
Castelo Branco minimizou a preocupação que há no mercado com relação à possibilidade de transferência de capital entre as empresas japonesas e as brasileiras diante da crise. Para ele, nas atuais circunstâncias, o Japão tem excesso de recursos financeiros. ;Na verdade, o problema é mais do governo japonês, que terá que reconstruir a infraestrutura, do que das empresas. O único setor empresarial mais afetado, sem dúvida, é o da energia;, disse.
A restrição de energia é um problema maior para os japoneses, no momento, avalia o economista da CNI. E ele acredita que, tão logo a questão seja resolvida, a atividade no país deverá ser retomada. ;O dano físico foi na infraestrutura, e muito nas moradias, não nas plantas industriais. Pelo menos, é o que temos conhecimento.;