Tóquio - A radioatividade deu um salto na central nuclear de Fukushima na manhã desta quarta-feira, após o anúncio do possível rompimento do vaso de confinamento do reator 3, o que levou as autoridades a retirar o pessoal que ainda permanecia na usina, informou o governo.
"Pouco depois das 10h local (22h Brasília), os níveis (de radioatividade) subiram bruscamente" na entrada do complexo de Fukushima, disse o porta-voz Yukio Edano.
"Às 10H45, o nível em torno da entrada do complexo era de 6,4 millisieverts, mas às 10H54 caiu para 2,9 millisieverts", revelou um funcionário da agência nuclear japonesa.
Edano anunciou a saída do pessoal que permanecia na central nuclear devido ao aumento da radioatividade: "as autoridades retiraram os funcionários para uma zona segura, de maneira temporária".
"O nível de radioatividade próximo da entrada do complexo varia muito de hora em hora, mas seguem sendo nocivos para a saúde", disse Edano.
A evacuação ocorreu após o governo anunciar que o vaso de confinamento do reator 3 está "parcialmente danificado", enquanto a TV japonesa mostrava uma núvem de fumaça brança sobre o complexo.
Segundo Edano, a fumaça branca sobre o reator 3 é, sem dúvida, vapor, e "o cenário mais provável é uma fuga de vapor após um dano no vaso de confinamento".
Na terça-feira, o porta-voz havia anunciado níveis de radiação centenas de vezes mais elevados que o padrão, entre os reatores 3 e 4 de Fukushima.
Este nível chegou até 400 millisieverts junto ao reator 3 e a 100 millisieverts em torno do reator 4.
A partir de uma dose de 100 millisieverts cresce o risco de câncer para o ser humano.
A população já foi retirada de um raio de 20 km em torno da central de Fukushima 1 e no raio de 20 a 30 km do complexo deve permanecer em casa para não se expor à radiação.
Em meio à evacuação do complexo de Fukushima, Edano anunciou que o Japão está disposto a pedir ajuda às forças armadas dos Estados Unidos para enfrentar a catástrofe nuclear.
"A cooperação militar americana pode ser útil" na central de Fukushima, onde os americanos "estão auxiliando com apoio logístico".
Oito navios militares americanos, incluindo o porta-aviões "Ronald Reagan" e sua escolta, já participam das operações de resgate no nordeste do Japão, devastado por um terremoto de 9 graus seguido por um devastador tsunami.