O governo brasileiro irá apoiar todos os protocolos internacionais sobre a segurança de usinas nucleares que forem estabelecidos a partir do acidente com a Usina Nuclear de Fukushima, no Japão. O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse nesta terça-feira (15/3) que isso será incorporado não apenas para novas concessões, mas também para as usinas que já estão em funcionamento.
;Esse episódio do Japão deverá estabelecer novos protocolos mais rigorosos e o Brasil estará associado e participará para que essas providências sejam tomadas, sejam quais forem as consequências;, disse.
O ministro ressaltou que a tecnologia empregada nas usinas brasileiras é diferente das usinas japonesas. Segundo ele, os reatores no Brasil têm sistemas independentes de refrigeração e uma blindagem mais rigorosa. Além disso, as usinas brasileiras foram construídas dentro de padrões de segurança para suportar tremores até 6,5 graus na escala Richter e ondas até 7 metros de altura.
Mercadante lembrou também que no Brasil não há terremotos nem tsunamis, mas existem desastres naturais como inundações por chuvas e desmoronamentos. Mas, de acordo com o ministro, as usinas brasileiras estão protegidas em relação a isso, pois estão em lugares altos e distantes de locais que possam desmoronar.
O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Odair Dias Gonçalves, disse que o órgão poderá rever o raio de evacuação das usinas de Angra dos Reis, estabelecidas em 5 quilômetros. No Japão, o raio é de 30 quilômetros. ;Vamos rever isso, vamos verificar com muita calma e ver se, em função dessa experiência, podemos modificar ou não;. Ele garantiu que as usinas brasileiras estão totalmente de acordo com normas estabelecidas pela Agência Internacional de Energia Atômica.
Atualmente, o Brasil tem duas usinas nucleares em operação: Angra 1 e Angra 2, que juntas têm potencial de geração de 2 mil megawatts. A partir de 2015, a conclusão da Usina Nuclear Angra 3 colocará no sistema mais 1.080 megawatts.
Ontem (14/3), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o governo não pretende rever os projetos de construção de novas usinas nucleares no país. A intenção do governo é definir ainda este ano as diretrizes para a construção de pelo menos mais quatro novas usinas: duas no Nordeste e mais duas na Região Sudeste.
A partir de hoje, o governo vai disponibilizar um boletim diário com o histórico do acidente no Japão, a partir de informações oficiais. As informações estarão no site do .