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Explosão em Fukushima aumenta a preocupação mundial sobre desastre nuclear

A explosão ocorrida no vaso de contenção do reator 2 da usina nuclear de Fukushima aumentou a preocupação mundial com o risco de um desastre nuclear. Com a queda no nível da água que resfria o reator, as barras de combustível ficaram totalmente expostas ao calor e cresceu a possibilidade de o núcleo derreter, o que pode provocar escape de material radioativo para a atmosfera. Além disso, no dia anterior, já havia ocorrido uma explosão na unidade 3.

Nos comunicados distribuídos ao longo do dia, a empresa que administra a central, a Tokyo Eletric Power Company (Tepco), afirmou que uma nuvem de fumaça branca permanecia sobre Fukushima, por causa da explosão de domingo. De acordo com a companhia, o mais provável é que o material seja gás de hidrogênio. A Tepco não descartou a hipótese de que material radioativo tenha escapado: ;O impacto no ambiente ainda está sob investigação;.

Depois do acidente de Chernobyl, em 1986, as usinas nucleares passaram a proteger o reator ; cápsula onde ocorre a fissão dos átomos ; com diversas barreiras de segurança. No modelo japonês, a instalação é blindada por paredes de aço e concreto e, mesmo dentro do equipamento, há varetas que abrigam o combustível nuclear. Com a explosão do prédio da unidade 3, essas estruturas ficaram expostas, levando o porta-voz do governo, Yukio Edano, a anunciar a probabilidade de ter havido uma fusão no núcleo do reator.

A fusão, ou derretimento, ocorre quando o combustível fica superaquecido. No caso de Fukushima, o terremoto da última sexta-feira provocou interrupção no fornecimento de energia à usina ; até mesmo a de emergência. Com isso, o gerador que bombeia água para dentro do reator parou de funcionar. Quase de imediato, os técnicos desligaram os seis reatores, interrompendo a fissão nuclear, ou seja, a transformação do núcleo do átomo em dois átomos mais leves, processo que, em cadeia, libera energia nuclear.

Mesmo desligado, porém, o reator continuou superaquecido. A opção dos técnicos foi injetar água do mar acrescentada de ácido bórico, substância que absorve os nêutrons, contendo as fissões. Ainda assim, no interior do reator 1, cujo prédio de contenção explodiu parcialmente no sábado, os termômetros marcavam quase 2 mil graus Celsius. O risco é que, com tanto calor, as barras de combustível comecem a derreter. Para piorar, a água que fica dentro do poço pode entrar em ebulição, aumentando ainda mais o aquecimento dentro do reator.

Especialistas de todas as partes do mundo descartam o risco de uma catástrofe nuclear. Porém, o temor é que a população seja contaminada pela eventual fuga de material radioativo.

Confira infográfico (clique para ampliar):