O governo dos Estados Unidos recomendou nesta segunda-efira (14/3) que o ex-presidente do Haiti Jean-Bertrand Aristide ; hoje vivendo na África do Sul ; adie o retorno a Porto Príncipe, capital haitiana. O apelo ocorre a uma semana do segundo turno das eleições presidenciais no país. Autoridades norte-americanas temem que Aristide queira influenciar no processo eleitoral no Haiti.
;Um regresso nesta semana pode ser interpretado como a opção consciente de provocar um impacto nas eleições no Haiti;, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner. ;Pedimos ao ex-presidente Aristide que regresse após as eleições para permitir que os haitianos votem numa atmosfera pacífica.;
As informações são da agência pública portuguesa Lusa. Aristide vive na África do Sul desde que foi pressionado a deixar o poder em 2004. Assessores do governo sul-africano informaram na semana passada que ele pretende voltar ao Haiti antes das eleições. No próximo dia 20 ocorre o segundo turno das eleições presidenciais.
Também regressou ao país o ex-presidente haitiano Jean Claude Duvalier, o Baby Doc. Aristide e Baby Doc são suspeitos de corrupção e acusados de uma série de violações aos direitos humanos. Simpatizantes de ambos defendem o retorno deles à política haitiana.
O Conselho Eleitoral Provisório do Haiti confirmou que 200 observadores estrangeiros, sob coordenação da Organização dos Estados Americanos (OEA), acompanharão o segundo turno das eleições. Disputarão a presidência o cantor Michel Martelly e a ex-primeira-dama Mirlande Manigat.
O segundo turno das eleições presidenciais no Haiti ocorrerá depois de a OEA ter constatado a existência de fraudes na primeira etapa do processo eleitoral. Paralelamente, o país vive sob o medo do agravamento da epidemia de cólera, que já matou cerca de 4 mil pessoas, e da necessidade de reconstrução da região ; devastada pelo terremoto de 12 de janeiro de 2010.