Paris - O risco nuclear é "extremamente elevado" no Japão, que enfrenta uma grave crise depois dos acidentes em vários reatores de suas centrais nucleares, afetadas pelo violento terremoto de sexta-feira, declarou nesta terça o ministro francês das Relações Exteriores Alain Juppé, ao término de uma reunião com seu par japonês.
"A situação é extremamente grave. À noite, falei com o ministro japonês (das Relações Exteriores, Takeaki Matsumoto), que nos repassou todas as informações de que dispõe. O risco é extremamente elevado", alertou o chanceler francês, em entrevista à rádio Europe 1.
"É claro que ele está preocupado", acrescentou Juppé, lembrando que "a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) está mobilizada, assim como os especialistas franceses".
Juppé indicou ainda que "os japoneses devem nos dizer como podemos ajudar (...)", reiterando que o presidente francês Nicolas Sarkozy quer que o G20 "se coloque à disposição do Japão".
O chanceler francês aproveitou a ocasião para defender um debate sobre a questão nuclear na França, que conta com 19 centrais nucleares, totalizando 58 reatores.
"É necessário que haja um debate, naturalmente, sobre a segurança nuclear. Precisamos trabalhar com máximo rigor, mas dizer aos franceses que vamos abandonar (a energia) nuclear é mentir para eles", disse Alain Juppé.
Ao todo, 75% da eletricidade consumida pela França é gerada por suas usinas nucleares.