Nova Tork (EUA) - Um dos emissários líbios diante da ONU, que rompeu com o regime de Muamar Kadafi no início da revolta que afeta esse país no norte da África, voltou a pedir nesta quarta-feira (9/3) às grandes potências que imponham uma zona de exclusão aérea na Líbia.
Ibrahim Dabbashi, embaixador adjunto da Líbia diante das Nações Unidas, um dos primeiros diplomatas líbios a retirar sua lealdade a Kadafi, assegurou que a ONU já tem uma resolução pronta.
"Tudo está pronto para uma resolução, mas alguns governos ainda precisam ser convencidos", explicou à imprensa.
"É muito importante impor uma zona de exclusão aérea o quanto antes", devido aos ataques aéreos realizados contra rebeldes na Líbia, afirmou Debbashi.
Negociações
"Trabalhamos com os membros do Conselho de Segurança sobre este tema e estamos em um estágio avançado. Esperamos que (a resolução) seja imposta logo. Será importante impor uma zona de exclusão aérea, através do Conselho de Segurança ou fora do Conselho de Segurança", insistiu o diplomata.
Grã-Bretanha e França estão elaborando uma resolução que poderá ser apresentada ao Conselho de Segurança caso a crise líbia piore. No entanto, existe um grande debate sobre se uma intervenção externa na Líbia é justificada.
A China e, sobretudo, a Rússia, podem se opor a uma zona de exclusão aérea caso a questão seja debatida no seio da ONU. Os Estados Unidos afirmaram que a aplicação de um dispositivo como este requer uma operação militar maior.
A reunião que será promovida pelos ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe no próximo sábado pode ser crucial para que a decisão seja levada ao Conselho de Segurança.
O Conselho impôs severas sanções contra o regime do coronel Kadafi em 26 de fevereiro, que incluem um embargo ao envio de armas. A Corte Penal Internacional (CPI) também anunciou em 3 de março a abertura de uma investigação sobre crimes contra a humanidade na Líbia.
Kadafi informou à ONU que já não reconhece Dabbashi e seu até agora embaixador Abderrahman Chalgham. No entanto, os representantes líbios permanecem na ONU, já que a organização internacional ainda não decidiu aceitar as credenciais do novo enviado do regime.