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Bruxelas saúda 'papel crucial' das mulheres na Tunísia e Egito

BRUXELAS - As mulheres tiveram "um papel crucial" nas mudanças que se registram na Tunísia e no Egito, afirmaram nesta terça-feira a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, e a vice-presidente da Comissão Europeia, Viviane Reding, pela ocasião do Dia Internacional da Mulher.

"As mulheres tiveram um papel crucial na ativação das mudanças atuais na África do Norte. Em um clima de violência, se comprometeram na luta pela mudança", afirmaram as duas responsáveis europeias.

"Esperamos que o papel crucial que as mulheres desempenharam até agora seja levado em conta plenamente nas mudanças institucionais que já são objeto de discussões na região. As mulheres devem estar no coração das discussões sobre a nova ordem que será instalada", acrescentaram.

Desafiando tabús e clichês, as mulheres se impuseram como atrizes essenciais nos diferentes levantes populares que abalam regimes autocráticos do mundo árabe.

Vestindo calças jeans ou cobertas de preto dos pés à cabeça, dezenas de milhares de mulheres fizeram suas vozes ser ouvidas nas ruas de Túnis, do Cairo, de Manama ou Sanaa, pedindo reformas nestes países.

No Bahrein, onde milhares de manifestantes majoritariamente xiitas pedem a queda da dinastia sunita dos Al Khalifa, as mulheres participaram em massa na mobilização, em manifestações separadas dos homens.

Em países conservadores como Líbia e Iêmen, as mulheres desafiaram as normas sociais para se unir aos protestos, desfilam nas ruas, falam com os jornalistas e com as câmeras.

Asma Mahfuz, uma jovem egípcia que tem grande sucesso com seu blog, no qual convoca à mobilização, é considerada uma das vozes que desencadearam a revolta sem precedentes que levou à queda do presidente egípcio Hosni Mubarak no dia 11 de fevereiro.

"Apenas com a adoção hoje de medidas enérgicas garantiremos às mulheres e meninas um futuro sem discriminação ou violência, um mundo que ofereça as mesmas possibilidades a todas e a todos", estimaram Ashton e Reding.