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Regiões da África e do Oriente Médio sofrem onda de protestos

Cairo - Últimos fatos ocorridos no norte da África e no Oriente Médio, regiões atingidas por uma onda de protestos políticos e sociais sem precedentes.

LÍBIA - Os insurgentes afirmam ter avançado em sua campanha em direção a Trípoli, tomando o controle de Bin Jawad, a 100 km de Sirte, cidade natal de Kadhafi.

Primeira reunião formal do "Conselho Nacional" - um governo provisório embrionário presidido pelo ex-ministro da Justiça Mustafá Abdeljalil-- que se declara o "único representante" da Líbia.

Ao menos 10 pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas em confrontos entre rebeldes e tropas leais ao regime no porto petroleiro de Ras Lanuf, afirma um médico. O balanço de mortos pelas explosões em um depósito de armas perto de Benghazi aumenta para entre 32 e 34.

Ofensiva das forças do regime de Kadhafi contra a cidade estratégica de Zauiya (oeste de Trípoli), onde os tanques tomam as ruas e disparam contra casas, segundo testemunhas.

A ONU afirma que mais de 191 mil pessoas já fugiram da violência.

Egito - O ex-ministro do Interior Habib al Adly declara-se inocente das acusações de corrupção contra ele, no primeiro julgamento contra um membro do regime do presidente deposto Hosni Mubarak.

Centenas de manifestantes tentam entrar em um prédio dos temidos serviços de segurança do Estado, dependente do ministério do Interior e cuja dissolução é exigida pelos militantes pró-democracia.

O novo primeiro-ministro egípcio, Esan Sharaf, prometeu na sexta-feira cumprir as exigências de mudança, ao tomar a palavra ante milhares de pessoas que se reuniram na emblemática Praça Tahrir, no Cairo.

Foi fixada a data de 19 de março para um referendo sobre as emendas constitucionais.

Iêmen - As forças de segurança detêm 16 manifestantes em Adén, enquanto milhares de pessoas seguem se manifestando no sul do país, exigindo a queda do regime do presidente Alí Abdullah Saleh, que governa o país há 32 anos.

O exército iemenita abriu fogo contra manifestantes na sexta-feira, matando quatro deles ao norte de Sanaa.

Arábia Saudita - O ministério do Interior afirma que as manifestações estão proibidas na Arábia Saudita e que a polícia está autorizada a reprimí-las "com todas as medidas necessárias".

Omã - O soberano de Omã, o sultão Qabus, despede dois de seus ministros dias depois de manifestações populares contra a corrupção neste pequeno país.

Argélia - A sexta tentativa da oposição de organizar manifestações na capital se choca com a resistência da polícia e de militantes favoráveis ao regime.

Tunísia - O novo primeiro-ministro tunisiano, Beji Caid Esebsi, acusou na sexta-feira o presidente deposto Zine el Abidine Ben Alí de "alta traição", um crime que pode ser castigado com a pena de morte, em sua primeira aparição pública.

Os tunisianos elegerão no dia 24 de julho uma Assembleia Constituinte que terá como responsabilidade a elaboração de uma nova Constituição, anunciou, por sua vez, o presidente interino, Fued Mebaza.

Iraque -
Milhares de pessoas se manifestaram em Bagdá e em várias cidades do sul do Iraque na sexta-feira, em meio a um importante dispositivo de segurança, contra a situação dos serviços públicos, a corrupção, o desemprego e a incompetência de seus líderes.

Jordânia -
Milhares de jordanianos se manifestaram na sexta-feira em Amã respondendo à convocação dos islamitas para que se "reforme o regime", um dia após o governo rejeitar a opção de uma monarquia constitucional, ideia apoiada por parte da oposição.

Bahrein -
Em um discurso para manifestantes na sexta-feira, o líder do principal movimento opositor xiita, Wefaq, pediu que xiitas e sunitas coexistam pacificamente, após confrontos entre integrantes das duas ramificações do Islã.