Nações Unidas - O líder líbio Muamar Kadafi demitiu o enviado da ONU no país, que se voltou contra o regime, mas as Nações Unidas ainda não aceitaram a mudança, afirmou um porta-voz nesta sexta-feira (4/3).
Kadafi nomeou Ali Triki, um ex-ministro das Relações Exteriores, que já foi presidente da Assembleia Geral da ONU em 2009-2010, como seu novo representante, afirmou o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.
O regime enviou uma carta nesta semana dizendo que não reconhece mais o embaixador Abdurrahman Shalgham, outro ex-chanceler, e o vice-embaixador Ibrahim Dabbashi como representantes da Líbia.
Shalgham e Dabbashi deram apaixonados discursos condenando Kadafi como um "tirano" e pedindo a aplicação de sanções antes de o Conselho de Segurança da ONU aprovar medidas no último sábado contra Kadafi, que governa a Líbia há quatro décadas.
Nenhum funcionário estava disponível imediatamente para indicar quais as medidas que seriam tomadas agora.
Nesirky disse que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, recebeu uma nova carta do governo de Trípoli. "Aquela correspondência cita Dr. Triki como a pessoa que eles gostariam de ter como representante permanente do país".
O Secretariado das Nações Unidas está estudando a carta, esclareceu.
O regime de Kadafi continua a ser o governo internacionalmente reconhecido da Líbia, embora os membros da ONU tenham adotado medidas como sanções contra o líder e sua comitiva, além da suspensão do país do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
"Qualquer governo tem o direito de revogar, bem como nomear, e isso é algo que qualquer Estado-membro das Nações Unidas pode fazer", disse Nesirky.
"Não é um conjunto normal de circunstâncias, não estou dizendo que seja algo inédito, mas certamente é muito incomum. Mas precisamos analisar todos os pontos de vista", acrescentou.