BAGDÁ - Milhares de pessoas se manifestaram nesta sexta-feira (4/3) em Bagdá e outras cidades do sul do Iraque para protestar contra o estado dos serviços públicos, a corrupção, o desemprego e a incompetência de seus dirigentes.
Inúmeras convocações de mobilização foram lançadas nos últimos dias, em um protesto inspirado pelas revoltas populares no mundo árabe.
Um grupo em particular usou o Facebook para convocar os eleitores a gritar nas ruas sua decepção em relação ao representantes políticos, um ano depois das legislativas de 7 de março.
Em meio a um forte dispositivo de segurança, cerca de 2.000 manifestantes, muitos enrolados na bandeira iraquiana, se reuniu na Praça Tahrir, no centro da capital.
"O petróleo para o povo e não para os ladrões", "Manifestamos porque amamos nosso país e queremos que seja melhor", "Lutamos por uma verdadera democracia", eram alguns dos slogans cantados.
Blocos de proteção de concreto foram colocados na ponte Al Yumhuriya sobre o rio Tigre, para impedir que os manifestantes se aproximassem da Zona Verde, setor ultraprotegido do outro lado do rio.
Também houve manifestações nas cidades xiitas do sul como Basra e outra em Najaf, Samawa, Fao e Hilla, segundo o jornalista da AFP.
Um cinegrafista do canal iraniano Al-Alam ficou ferido em circunstâncias ainda determinadas, segundo a mesma fonte.
A circulação foi proibida no conjunto das províncias ao norte de Bagdá que não pertencem à região autônoma do Curdistão.
No total, 22 manifestantes e um policial morreram nos protestos que começaram no início de fevereiro no Iraque, e que resultaram, em 25 de fevereiro, num primeiro "Dia da Ira", com manifestações em cerca de vinte ciades.