HAVANA - O líder cubano Fidel Castro afirmou nesta sexta-feira (4/3) que a iniciativa do presidente venezuelano Hugo Chávez de realizar uma mediação internacional no conflito da Líbia é um corajoso esforço, cujo êxito depende da obtenção de apoio antes que ocorra uma intervenção militar.
"Chávez realiza um corajoso esforço por buscar uma solução sem a intervenção da Otan na Líbia", afirmou Fidel, amigo pessoal e mentor político do do presidente venezuelano no artigo publicado na imprensa local.
"Suas possibilidades de alcançar o objetivo aumentaria se conseguisse a proeza de criar um amplo movimento de opinião antes e não depois que ocorra a intervenção, e os povos não vejam ser repetidos em outros países a atroz experiência do Iraque", afirma o líder cubano.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, confirmou na quinta-feira que o líder líbio, Muammar Khadafi, aceitou sua proposta de envio de uma missão internacional de paz à Líbia.
"Consegui falar com Khadafi anteontem por um momento (...) e perguntei: ;Está disposto a receber uma comissão de países?; E ele respondeu: ;Olha, Chávez, não apenas os países, que venha inclusive a ONU, para ver o que na verdade está ocorrendo aqui".
O líder venezuelano advertiu que o "petróleo pode superar os 200 dólares" o barril se o conflito na Líbia se transformar em uma "guerra internacional", como ocorreu no Iraque em 2003. "E isto não convém a ninguém no mundo".
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip Crowley, descartou a proposta de mediação da Venezuela, afirmando que "não é necessário que uma comissão internacional diga ao coronel Kadhafi o que precisa fazer para o bem de seu país e a segurança de seu povo".