TRÍPOLE - O dirigente líbio Muamar Kadhafi ameaçou nesta quarta-feira (2/3) que haverá milhares de mortos em caso de intervenção estrangeira em seu país, durante uma cerimônia pública em Trípoli, no 16; de insurreição popular em seu país.
Kadhafi também afirmou que não aconteceram manifestações na Líbia, mas acusou novamente a rede Al-Qaida de ser a origem dos distúrbios.
Também pediu que a ONU envie uma missão de verificação a seu país e prometeu:
"Combateremos até o último homem e a última mulher".
"Células adormecidas da Al-Qaeda, seus elementos, se infiltraram gradualmente... Eles acreditam que o mundo é deles, lutam em qualquer lugar, os serviços de inteligência os conhecem pelo nome , acusou o líder líbio a uma atenta audiência.
"Começou de repente na cidade de Al-Baida... As células adormecidas receberam ordens de atacar o batalhão... e roubaram as armas das delegacias", contou Kadhafi.
A cerimônia foi transmitida logo depois que os rebeldes informaram que haviam repelido um ataque das forças de Kadhafi na cidade de Brega na véspera, com testemunhas reportando dois civis mortos.
O evento foi para marcar o aniversário do lançamento dos Comitês do Povo, de acordo com o locutor da tv estatal.
Lendo um texto preparado, o discurso Kadhafi foi várias vezes interrompido por aplausos dos partidários do dirigente.
Kadhafi criticou as informações sobre as demissões de oficiais superiores de seu regime, incluindo chefes militares e embaixadores.
"As renúncias lá fora, as declarações de dentro (da Líbia)... não acreditem nelas", afirmou.
"No que diz respeito à Líbia... nada aconteceu... e é estranho que o mundo receba notícias de correspondentes e TVs que não estão presentes na Líbia".
"Eles não querem notícias verdadeiras da Líbia", enfatizou. "Não existem prisioneiros políticos na Líbia", acrescentou.
"Quando os Comitês do Povo determinam algo, se torna lei e é implementada para todos os líbios. Ninguém pode declarar guerra ou paz a menos que os Comitês do Povo assim decidam", afirmou ainda.
"Muamar não tem poder de verdade para renunciar a ele".
Kadhafi pediu que a comunidade internacional que estabeleça uma comissão de verificação para confirmar se há mesmos mais de mil mortos nas mãos de suas forças.
"Pedimos ao mundo, às Nações Unidas, que enviem uma equipe de verificação para investigar".