BUENOS AIRES - Intelectuais ligados à presidente argentina, Cristina Kirchner, criticaram a escolha do peruano Mario Vargas Llosa, prêmio Nobel de Literatura em 2010, para inaugurar a Feira Internacional do Livro de Buenos Aires.
"Gostaria que ele não estivesse presente na abertura da Feira do Livro. Seu liberalismo é expressado de maneira taxativa e diria que, se me permite o paradoxo, autoritária também", disse o diretor da Biblioteca Nacional, Horacio González.
O secretário de Cultura, Jorge Coscia, disse que não concorda com a tentativa de proibição, mas criticou Vargas Llosa.
Coscia chamou o peruano de "reacionário, inimigo das indústrias culturais e útil a um sistema de dependência cultural na América Latina".
"Parece-me válido que os intelectuais tomem partido. No que não estou de acordo é na proibição", declarou.
Aurelio Narvaja, da editora Colihue, também pediu a retirada do convite a Vargas Llosa para a abertura da Feira em 20 de abril, apesar de considerar o peruano merecedor do Nobel.
"Cristina Fernández é um desastre total. A Argentina está conhecendo a pior forma de peronismo, populismo e anarquia. Temo que seja um país incurável", afirmou Vargas Llosa recentemente ao jornal italiano Corriere della Sera.
Ao jornal espanhol El País, o autor de Panteleão e as Visitadores afirmou que Cristina Kirchner e o falecido marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, são "capitalistas exemplares que conseguiram multiplicar sete vezes seu capital".