A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, pediu nesta segunda-feira (28/2) que o presidente da Líbia, Muamar Kadafi, renuncie imediatamente e ponha um fim à violência contra os oposicionistas. O apelo ocorreu durante a 16; sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, na Suíça, cuja sessão foi convocada para discutir a crise política na Líbia.
Hillary afirmou que os Estados Unidos apoiam transições ordenadas, pacíficas e duradouras para a democracia na Líbia e em outras partes do mundo árabe. "O povo da Líbia deixou claro: é chegada a hora de Khadafi sair. Agora. Sem mais violência.;
A secretária de Estado disse que a democracia trará mais estabilidade à região. "Sem passos concretos para governos representativos e transparentes e para economias abertas, o abismo entre as pessoas e seus líderes só vai aumentar e a instabilidade se aprofundará."
Em seu discurso, Hillary acusou Khadafi e seus partidários de usar "mercenários e criminosos" para atacar civis desarmados e de executar soldados que se recusam a apontar armas para os cidadãos. "Khadafi e os que estão ao lado dele devem ser considerados responsáveis por esses atos, que violam as obrigações legais internacionais."
Em seguida, a secretária acrescentou: "Continuaremos explorando todas as opções possíveis de ação [para pressionar o regime de Khadafi a frear a violência]. Como já dissemos, nada está fora de cogitação enquanto o governo líbio continuar ameaçando e matando cidadãos".
Liberdade
Hillary afirmou também que os princípios de democracia e da liberdade "não são somente ocidentais e sim universais" e que os Estados Unidos "estão prontos para ajudar em uma transição para a democracia, inclusive financeiramente".
"As pessoas da Líbia escreveram seu destino. Elas estão enfrentando as balas do ditador para conseguir desfrutar da liberdade, que é direito de todo homem, mulher e criança", disse a secretária. Segundo ela, os norte-americanos veem de forma positiva a decisão do governo interino da Tunísia de promover eleições presidenciais e alertou os grupos extremistas da região que estariam dando a si mesmos o crédito pela vitória dos protestos.
Hillary acusou ainda o governo do Irã de ter cometido atos de violência contra manifestantes e encerrou seus discurso, em Genebra, dizendo que o mundo "não é mais o meu nem o de minha mãe". "Os jovens sabem de tudo o que acontece em todos os lugares e não vão mais tolerar uma conjuntura que bloqueie suas aspirações. Este é um momento de esperança para toda a humanidade."