Sanaa - Chefes de importantes tribos iemenitas e dezenas de milhares de seus homens anunciaram neste sábado (26/2) que se uniram à revolta contra o presidente Ali Abdullah Saleh, durante uma reunião no norte de Sanaa, informaram fontes tribais.
Os chefes de duas das mais importantes tribos do país, com forte estrutura de clã, a Hached e a Baqil, se afastaram do presidente, no poder há 32 anos, segundo as mesmas fontes.
Um dos chefes dos Hached, o xeque Hussein ben Abdullah Al-Ahmar, anunciou sua "demissão do Partido do Congresso Popular Geral (de Saleh) para protestar contra a repressão dos manifestantes pacíficos em Sanaa, Taez e Aden".
A Hached, considerada a principal tribo iemenita, é formada por nove grupos, como o de Sanhan, ao qual pertence o chefe de Estado.
Na localidade de Amran, o anúncio do xeque Hussein foi comemorado por uma multidão de membros tribais, como os chefes da Baqil, a segunda em importância no Iêmen e a mais numerosa, segundo as mesmas fontes.
Os representantes de diversas tribos estavam presentes durante a concentração que reniu, segundo fontes tribais, dezenas de milhares de pessoas, na maioria armadas.
A assembleia anunciou seu apoio ao movimento de revolta contra o presidente, que começou em 27 de janeiro e se intensificou a partir de 13 de fevereiro, aos gritos de "o povo quer a queda do regime", segundo as mesmas fontes.
O chefe supremo da tribo Hached, xeque Hamid ben Abdullah Al-Ahmar, já passou para o lado da revolta em sua qualidade de líder do partido islâmico Al-Islah, que anunciou nesta semana, assim como outros grupos da oposição, seu apoio às manifestações contra o governo.