Brasília - O mau tempo atrasa a retirada de 148 brasileiros que aguardam para deixar Benghazi, no litoral da Líbia, rumo à Grécia. O navio fretado pela construtora Queiroz Galvão para buscar cerca de 180 de seus funcionários ; os demais são de nacionalidade portuguesa, espanhola e tunisiana ; chegou na quarta-feira (24/2) à Líbia. Porém, espera a melhora das condições meteorológicas para atracar no porto.
De acordo com as autoridades locais, apenas depois da melhoria das condições meteorológicas será liberado um píer para que o navio possa iniciar o embarque dos passageiros. A Embaixada do Brasil em Atenas (Grécia), para onde os brasileiros serão levados, informou que, em condições normais, a viagem leva 17 horas.
O governo líbio retém os passaportes de estrangeiros que vivem no país, por isso os funcionários da empreiteira viajam sem passaporte. A representação brasileira considera que sua principal tarefa, além da assistência geral aos brasileiros, é emitir rapidamente todos os documentos de autorização para retorno ao Brasil.
Houve tentativas anteriores de buscar os brasileiros em Benghazi por via aérea, mas há relatos de que a pista do aeroporto da cidade foi destruída no início da semana em meio à instabilidade na região.
Anteontem (23) um primeiro voo fretado chegou à ilha de Malta, no Mediterrâneo, com 446 funcionários da Odebrecht que estavam na capital líbia, Trípoli, incluindo 114 brasileiros.
A empresa anunciou a negociação para fretar três aviões para retirar funcionários e suas famílias da Líbia. Desde o último dia 15, ocorrem manifestações em protesto contra o regime do líder Muammar Khadafi. O líbio está no poder há quase 42 anos, é suspeito de imprimir um regime autoritário, usar de violência contra civis e reprimir a liberdade de expressão.