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Polícia cubana prende opositor Guillermo Fariñas

Havana - A polícia cubana prendeu nesta quarta-feira (23/2) o opositor Guillermo Fariñas, vencedor do Prêmio Sajarov e protagonista de uma greve de fome de 135 dias, quando gritava slogans contra o governo no primeiro ano da morte do dissidente Orlando Zapata, informou sua mãe.

"Está preso há três horas. Dois oficiais o prenderam aqui em casa, depois que ele subiu ao sótão e gritou contra o governo, lembrando Zapata", disse à AFP a mãe de Fariñas, Alicia Hernández, por telefone, de sua casa em Santa Clara, 280 km ao leste de Havana.

Depois da prisão, em torno de 40 pessoas chegaram em um ônibus em frente à casa e gritaram frases a favor do governo e contra a oposição durante uma hora e meia, detalhou a mulher.

Fariñas, que iniciou sua greve de fome logo após a morte de Zapata, discutiu com os policiais que vigiam a casa, o que precipitou sua detenção, disse Alicia Hernández.

Em Havana, partidários do governo cercaram as ;Damas de Branco; na casa da líder deste grupo de mulheres de presos políticos, Laura Pollán, no centro da capital cubana.

"Esta rua é Fidel" - gritavam os manifestantes, enquanto a polícia protegia a casa de Pollán, onde as ;Damas de Branco; realizavam uma vigília em memória de Zapata.

Segundo o dissidente Elizardo Sánchez, líder da comissão de direitos humanos (ilegal), "ocorreram ao menos 46 detenções arbitrárias" nos últimos dias, além de "meia centena de prisões domiciliares em toda a Ilha".

Zapata, um operário negro de 42 anos, morreu em 23 de fevereiro de 2010 em um hospital de Havana, após 85 dias de greve de fome na prisão para exigir melhores condições carcerárias.