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UE estuda dobrar empréstimos para países do Mediterrâneo sul até 2013

BRUXELAS - O Banco Europeu de Investimentos (BEI), braço financeiro da UE, mostrou-se disposto nesta terça-feira (22/2) a duplicar seus empréstimos para os países do Mediterrâneo sul para até 6 bilhões de euros entre 2011 e 2013, com o objetivo de acompanhar sua "transição" democrática.

"Estamos dispostos a fazer mais se necessário para ajudar esses países em sua transição para a democracia", declarou o presidente do BEI, Philippe Maystadt, referindo-se a Egito, Tunísia e às outras nações árabes cujas populações se rebelaram contra seus regimes autoritários, com exceção da Líbia.

"Poderíamos fazer algo mais significativo nestes três anos", e sob certas condições "chegar a cerca de 6 bilhões de euros (8,2 bilhões de dólares) para o período 2011-2013", acrescentou.

Para o vice-presidente do banco, Philippe de Fontaine Vive, trata-se de "estar presentes em seguida para financiar desde agora as necessidades econômicas" na região e evitar uma "conflagração econômica e social".

Em um país como a Tunísia, onde no mês passado uma rebelião popular derrubou o regimen de Zine El Abidine Ben Ali, "uma liberdade reencontrada pode permitir um crescimento anual de mais 1 ou 2% do Produto Interno Bruto (PIB)", calculou.

A região do Mediterrâneo sul inclui, nos orçamentos do BEI, Argélia, Egito, Marrocos, Jordânia, Líbano, Síria, Tunísia, territórios palestinos e Israel. O banco nunca atuou na Líbia.

Inicialmente, a soma autorizada pelos 27 países da União Europeia (UE) para o lote foi de 8,7 bilhões de euros para o período 2007-2013. Deste total, "restam apenas 2,8 bilhões de euros até 2013", disse o número dois do BEI.

O banco funciona como um braço financeiro da UE: toma emprestado nos mercados com a garantia dos 27, o que permite que se beneficie de condições favoráveis, e empresta os fundos para financiar projetos específicos em regiões de todo o mundo.