Brasília ; A um mês das eleições no Haiti, o Conselho Eleitoral Provisório (CEP) do país anunciou a demissão de cerca de 300 fiscais eleitorais e várias mudanças para o segundo turno que ocorrerá no dia 20 de março. O presidente do conselho, Pierre Louis Opont, disse que as medidas foram tomadas para evitar a repetição dos erros registrados no primeiro turno, em 28 de novembro de 2010.
A Comissão de Verificação da Organização dos Estados Americanos (OEA) constatou que houve uma série de irregularidades no primeiro turno. Entre elas, há resultados suspeitos de fraudes, duplicidade e até triplicidade das cédulas eleitorais e problemas nos locais de votação.
No próximo dia 20 disputarão a sucessão presidencial a ex-primeira-dama Mirlande Manigat ; casada com o ex-presidente haitiano Leslie Manigat (1988) e que é de oposição ; e Michel Martelly, um dos músicos mais populares do país, também de oposição. O Brasil, por meio do Ministério das Relações Exteriores, ofereceu apoio ao processo eleitoral.
Para o Itamaraty, essa cooperação é fundamental para a garantia do processo democrático. Por recomendação da OEA, o Conselho Eleitoral Provisório do Haiti mudou a ordem dos candidatos que disputarão o segundo turno, ao substituir o governista Jude Célestin pelo cantor Martelly.
Em meio à disputa eleitoral, a sociedade haitiana luta para reconstruir o país devastado pelo terremoto de 12 de janeiro de 2010. Mais de 220 mil pessoas morreram e boa parte da população ficou sem casa. A situação se agravou ainda mais com a epidemia de cólera que matou mais de 4 mil haitianos.
Paralelamente, ex-presidentes do Haiti como Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, e Jean-Bertrand Aristide sinalizam que querem voltar à cena política do país.