Túnis - A Tunísia pediu oficialmente, este domingo, à Arábia Saudita "a extradição do presidente deposto Ben Ali, acusado de envolvimento em vários crimes graves", bem como informações em detalhes e o mais rapidamente possível sobre seu estado de saúde e até sobre seu "eventual falecimento", anunciou o ministério das Relações Exteriores tunisiano, citado pela agência oficial TAP.
Segundo um comunicado do ministério, "as autoridades tunisianas fizeram, pela via diplomática, um pedido oficial às autoridades sauditas. Este pedido tem (...) por objetivo a extradição do presidente deposto" Zine El Abidine Ben Ali, que está na Arábia Saudita desde meados de janeiro. O governo tunisiano também solicitou às autoridades de Riad para "fornecer o mais rapidamente possível" informações sobre o estado de saúde ou "o falecimento eventual" do presidente deposto Ben Ali.
Em comunicado citado pela agência TAP, o ministro das Relações Estrangeiras informa ter formulado um pedido dirigido ao Reino da Arábia Saudita a fim de que forneça "o mais rápidamente possível todos os dados de que disponha relativos ao estado de saúde do presidente deposto, à luz de informações contraditórias veiculadas a propósito da deterioração de seu estado de saúde e de seu eventual falecimento".
"Como consequência de uma série de acusações dirigidas ao presidente deposto, relacionadas ao seu envolvimento em vários crimes graves que consistem em cometer e incitar ao homicídio voluntário e criar discórdia entre os cidadãos de um mesmo país e empurrando-os a se matar entre si", a Tunísia pede sua extradição, destacou o comunicado.
O ex-presidente, de 74 anos, que deixou seu país para se refugiar na Arábia Saudita em 14 de janeiro, sob a pressão de protestos populares, após 23 anos no poder, está em coma em um hospital de Jidá após sofrer um acidente vascular cerebral, segundo informações dadas na quinta-feira à AFP por uma pessoa próxima de sua família.