Bruxelas - A Líbia exigiu que a União Europeia (UE) pare de "incentivar" os protestos sociais que acontecem em várias cidades do país, ameaçando "suspender a cooperação" no combate à imigração ilegal caso o bloco não mude sua atitude, informou neste domingo a presidência húngara da UE.
"Na quinta-feira, o embaixador da Hungria (na Líbia) foi convocado em Trípoli e comunicado que, se a UE continuasse incentivando as manifestações, a Líbia suspenderia sua cooperação na luta contra a imigração ilegal", explicou à AFP o porta-voz da presidência rotativa europeia, que este semestre é ocupada pela Hungria.
Após a convocação do embaixador, "os outros representantes europeus em Trípoli receberam a mesma mensagem", disse o porta-voz, confirmando informações publicadas pelo jornal francês Le Monde.
As autoridades líbias expressaram seu "descontentamento" com declarações feitas na quarta-feira passada pela chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, que fez comentários sobre a liberdade de expressão no país, palco de protestos violentamente reprimidos contra o ditador Muamar Kadhafi.
Ashton pediu que Trípoli ouvisse os manifestantes e evitasse a todo custo a violência.