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Policial e manifestante morrem durante protestos em Djbuti

Djibuti - Um policial e um manifestante morreram neste sábado, durante os violentos confrontos que se seguiram a uma massiva manifestação da oposição em Djibuti, que teve três dirigentes presos, segundo fontes oficiais. "Duas pessoas, incluindo um policial, morreram após a manifestação organizada na sexta-feira pela oposição, que questiona o atual e legítimo poder e exige o adiamento das eleições presidenciais de 8 de abril", indicou o ministério do Interior em um comunicado.

"Um policial morreu após violentos choques entre as forças da ordem pública e grupos de manifestantes que saquearam, destruíram e queimaram várias propriedades", acrescenta o texto, que não esclarece as circunstâncias da morte do agente das forças de segurança. "A segunda vítima é um manifestante, que foi atropelado por uma viatura da polícia", segundo o ministério do Interior.

Além disso, a nota oficial informa que "nove policiais ficaram feridos, e um deles está internado em estado crítico". Por outro lado, três dos principais líderes opositores do país foram detidos neste sábado em represália ao que aconteceu nas passeatas da sexta-feira, indicou a justiça de Djibuti.

Foram presos Aden Robleh Awaleh, do Partido Nacional Democrata, Mohamed Daoud Chehem, do Partido Democrata de Djibuti, e Ismail Guedi Hared, cuja formação, a União pela Alternância Democrática (UAD), organizou a manifestação de sexta-feira.

"Sua detenção está ligada aos violentos choques entre manifestantes e forças de segurança que ocorreram na sexta-feira", justificou a procuradoria geral do país. Os enfrentamentos entre partidários da oposição, que protestam pelo fim do regime do presidente Ismael Omar Guelleh, e membros das forças de segurança recomeçaram neste sábado em um subúrbio popular de Djibuti.

Um dia depois da grande manifestação da oposição na capital, violentamente reprimida, novos choques foram registrados em Balbala, localidade da periferia da cidade. Pequenos grupos de manifestantes perseguiam os policiais, lançando pedras e outros objetos. A polícia, por sua vez, respondia com bombas de gás lacrimogêneo.

Os confrontos ocorriam simultaneamente em vários pontos de Balbala, e com mais intensidade perto do hospital italiano. O número de manifestantes não para de aumentar desde a manhã deste sábado, apesar da ação da polícia.