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EUA pedem moderação em Bahrein, aliado-chave no Golfo

Washigton - A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu nesta quinta-feira (17/2) moderação, reformas e severidade em Bahrein contra aqueles que se excederem contra os manifestantes antirregime, ilustrando a inquietação de Washington em relação a um aliado chave que abriga sua V Frota.

A chefe da diplomacia transmitiu a seu colega de Bahrein, xeque Khalid bin Hamad al Khalifa, suas "profundas preocupações sobre as ações das forças de segurança" nos protestos, que deixaram ao menos três mortos segundo o governo e seis segundo a oposição desde segunda-feira.

Também pediu para garantir que as orações e os funerais desta sexta-feira "não sejam manchados pela violência".

Hillary disse ter transmitido ao chanceler árabe "a necessidade de comprometer seriamente todos os setores da sociedade em um diálogo construtivo e consultativo, para avançar em consonância com as aspirações do povo".

"Foram dados passos para as reformas, as quais queremos que continuem e sejam reforçadas", completou.

Mesmo assim, "pedimos moderação ao governo, para que mantenha seu compromisso de responsabilizar aqueles que empregaram força excessiva contra manifestantes pacíficos", disse Hillary.

Repressão

Nesta quinta-feira, o exército mobilizou dezenas de tanques em locais estratégicos da capital e anunciou ter tomado todas as medidas "preventivas e firmes para reestabelecer a ordem e a segurança", no dia seguinte a uma violenta dispersão de manifestantes no centro de Manama, na qual quatro pessoas ficaram feridas, segundo testemunhas, e houve cerca de 200 feridos.

Inspirados pelos protestos que derrubaram os presidentes da Tunísia e do Egito, milhares de manifestantes saíram às ruas de Bahrein para pedir uma mudança de regime, ou seja, uma "autêntica monarquia constitucional" no país, de maioria xiita, mas governado por uma dinastia sunita.

O presidente americano, Barack Obama, disse que se opõe "ao uso da violência pelo governo do Bahrein", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, completando que o presidente rejeita qualquer tipo de repressão contra manifestações pacíficas na região.

O país abriga a V Frota americana, pilar do poder naval de Washington no Golfo, onde dispõe de buques encarregados de proteger o trânsito de petróleo pelo Estreito de Ormuz e de vigiar o Irã.