Jornal Correio Braziliense

Mundo

Líderes árabes sofrem crise de legitimidade

Dubai - A queda dos presidentes da Tunísia e Egito, Zine El Abidine Ben Ali e Hosni Mubarak, respectivamente, ilustra a falta de legitimidade de dirigentes árabes que, em muitos casos, chegaram ao poder através de golpes de Estado ou eleições questionadas.

- Argélia: o presidente Abdelaziz Bouteflika venceu as eleições de 1999. Em 2008, uma reforma constitucional suprimiu a limitação do número de mandatos presidenciais, após o que Bouteflika pôde ser reeleito em 2009.

- Líbia: Muammar Khadafi, o mais antigo chefe de Estado árabe e da África chegou ao poder em 1969, após o golpe de Estado de os "Oficiais Livres" contra o rei Mohammed Idris Al Senusi.

- Síria: o presidente Bashar al Assad substituiu em 2000 seu pai, Hafez al-Assad, que havia tomado o poder em 1970. Foi o primeiro caso de substituição de um presidente por seu filho nos países árabes não monárquicos.

- Sudão: o presidente Omar al-Bashir tomou o poder graças a um golpe de Estado, em 1989.

- Iêmen: o presidente Ali Abdullah Saleh, que chegou ao poder em 1978, venceu pela primeira vez eleições por voto universal em 1999 e foi reeleito em 2006. Após o início dos protestos, anunciou que não se apresentará a uma nova reeleição em 2013.

Em outros países árabes, governados por monarcas, também houve manifestações da oposição.

- Jordânia: o rei Abdullah II substituiu em 1999 seu pai Hussein, que reinava desde 1952.

- Marrocos: o rei Mohammed VI substituiu seu pai Hassan II, que reinou durante 39 anos.

- Bahrein: o rei Hamad Bin Isa Al Khalifa chegou ao trono após a morte de seu pai, em 1999. Na quarta-feira, o chefe da oposição xiita, xeque Ali Salman, pediu o restabelecimento de uma "monarquia constitucional" onde o primeiro-ministro seja "eleito pelo povo" e não designado pelo rei