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Religiosos organizam ato em reação a manifestações contra o governo do Irã

Após dois protestos contra o governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, apenas esta semana, as autoridades religiosas conclamaram nesta quarta-feira (16/2) a população para fazer parte de uma manifestação de "ódio e cólera" na próxima sexta-feira (18) contra os líderes da oposição Mir Hossein Mussavi e Mehdi Karubi. O convite ocorre depois de um violento protesto no domingo (13) e um de menores proporções hoje. "A população de Teerã após a oração de sexta-feira participará de uma manifestação para expressar o ódio, a cólera e a aversão aos crimes selvagens e repugnantes dos líderes da oposição e aliados%u201D, anunciou o Conselho para a Coordenação da Propaganda Islâmica, que organiza as manifestações. A manifestação é destinada ao primeiro-ministro Mir Hossein Mussavi e ao antigo presidente do Parlamento Mehdi Karubi. Na última segunda-feira (14) manifestantes se reuniram em Teerã e mais três cidades do Irã e promoveram uma série de protestos contra Ahmadinejad. As ações foram contidas com o uso da força policiais. Duas pessoas foram mortas a tiro e pelo menos nove ficaram feridas. Vários manifestantes foram detidos. Na cidade de Qom, manifestantes se concentraram e pediram que Mussavi e Karubi sejam enforcados. Para o aiatolá Ahmad Khatami, um líder religioso e conservador, os líderes da oposição são "inimigos de Deus". No Irã, os acusados deste crime são punidos com a pena de morte. Apesar das ameaças, os dois dirigentes reformistas, colocados sob vigilância policial, apelaram ao governo para "ouvir o povo".