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Países do Mercosul analisam parceria para resgatar informações sobre Condor

Brasília ; Os governos do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai analisam uma parceria jurídica para a troca de informações, ainda mantidas em segredo, sobre a Operação Condor ; aliança político-militar que uniu os governos autoritários do Cone Sul nos anos de 1970 até 1980. O secretário-geral do Mercosul, Augustin Colombo, disse à Agência Brasil que essa será uma das principais conquistas do Mercosul e deve ocorrer ainda este ano.

A parceria judicial foi motivada pelo Tribunal Federal Oral 1 de Buenos Aires. A pedido da Justiça argentina, depois de 35 anos, os governos do Cone Sul devem se unir em busca de respostas à sociedade. ;Será um passo muito importante e um avanço considerável. Simplesmente três décadas e meia depois, funcionários civis dão a resposta do que militares fizeram;, disse Colombo.

A aliança que deu origem à Operação Condor uniu ainda o Chile e a Bolívia ; que são estados associados do bloco -, além dos países do Mercosul. O objetivo era coordenar as ações de repressão àqueles que discordavam dos regimes militares. O nome da ave ; condor ; batizou a operação porque é um animal que se alimenta de espécies mortas.

Livres das burocracias usuais e procedimentos formais, os coordenadores da operação podiam trocar informações e monitorar suspeitos, independentemente das suas nacionalidades. Era negado aos suspeitos, denunciados e acusados o direito de defesa, segundo os padrões atuais de direitos humanos e políticos. Em geral, eram acusados de terrorismo.