SANA - A oposição parlamentar iemenita anunciou neste domingo que aceitou retomar o diálogo com o poder, suspenso no final de 2010, depois das promessas de reforma anunciadas pelo chefe de Estado, Ali Abdallah Saleh.
Em um comunicado, o Fórum Comum, uma aliança da oposição parlamentar, convidou as autoridades a "aprender com a lição do que aconteceu na Tunísia e no Egito", onde a revolta popular levou à renúncia de seus chefes de Estado.
O texto alerta para uma sublevação popular no Iêmen, país assolado pela "corrupção, pobreza, desemprego, repressão, injustiça e tirania".
Pela manhã, um mulher ficou ferida em Sana, quando as forças de segurança agiram para dispersar uma manifestação hostil ao regime organizada por estudantes.
As forças de segurança dispersaram cerca de duas mil pessoas que partiram da Universidade de Sana com direção à praça Al-Sabiine, perto do palácio presidencial, aos gritos de "fora Ali Abdallah Saleh".
Dez manifestantes foram presos, segundos seus companheiros de protesto.
No sábado, milhares de jovens iemenitas protestaram no centro de Sana para pedir a renúncia do presidente, um dia depois da queda do egípcio Hosni Mubarak em consequência da pressão das ruas.
"Depois de Mubarak, é sua vez Ali", gritaram 4.000 manifestantes, em sua maioria estudantes.
A manifestação acabou dispersada pelos militantes do partido no poder, o Congresso Popular Geral (CGP), armados com pedaços de maneira e pedras. Apesar da tensão, não houve maiores violências.
As autoridades do Iêmen afirmaram que respeitam a decisão e a vontade do povo egípcio, em um comunicado publicado pela agência oficial Saba.
Na sexta-feira, centenas de manifestantes tomaram as ruas da capital para celebrar a renúncia do presidente egípcio.
Milhares de manifestantes realizaram um grande protesto no último dia 3 contra o regime de Saleh, que está no poder desde 1978.
A situação desde então se acalmou com a oposição pedindo que o presidente implemente as reformas prometidas.