Havana - Cuba libertou nesta sexta-feira (11/2) o preso político Eduardo Díaz, que havia rejeitado o exílio na Espanha, pelo que ainda restam nove dissidentes nas prisões, comprovou a AFP.
O governo comprometeu-se com a Igreja Católica ano passado a tirar da prisão 52 opositores.
Eduardo Díaz Fleitas afirmou que recusava o exílio, preferindo ficar na Ilha para continuar lutando pela democracia, pelos direitos humanos e a libertação dos demais presos políticos.
"Continuarei lutando pela democracia em Cuba, por isso decidi ficar", disse por telefone de sua casa em Consolación del Sur, Pinar del Río, 130 km a oeste de Havana, para onde foi levado por três agentes de segurança.
Eduardo Díaz, um agricultor de 59 anos, condenado a 21 anos de prisão em 2003, disse ter sido advertido de que seria detido novamente se incorresse "em qualquer violação".
"Assim, não estou em liberdade propriamente, estou preso no grande cárcere que é Cuba, sem direito a viajar", acrescentou, contando que antes de deixar a prisão foi despojado de tudo o que escreveu e até de sua caderneta de telefones.
"Farei tudo o que estiver a meu alcance para que a democracia reine em meu país".
Adiantou que iniciará no dia 23 de fevereiro uma greve de fome de cinco dias, para marcar o primeiro aniversário da morte do dissidente Orlando Zapata em seguida a 85 dias de jejum.
Sua libertação ocorre uma semana depois que deixou a prisão o primero dissidente de um grupo de 11 que rejeitou o exílio na Espanha.
A libertação dos 52 é a maior em mais de uma década - desde a visita do Papa João Paulo II em 1998 - sendo fruto de um histórico diálogo celebrado em maio passado entre Raúl Castro e o cardeal Ortega.
Os 52 dissidentes faziam parte de um grupo de 75 condenados em 2003 a penas de seis a 28 anos, e considerados "presos de consciência" pela Anistia Internacional.