WASHINGTON - O Exército americano acreditava na existência de armas de destruição em massa no Iraque antes de sua invasão em 2003, afirmou o secretário da Defesa do ex-presidente George W. Bush, Donald Rumsfeld, acrescentando que ignora o que teria feito se soubesse da verdade.
Em entrevista transmitida na segunda-feira pela emissora ABC, Rumsfeld defendeu o ex-secretário de Estado, Colin Powell, que em 5 de fevereiro de 2003 apresentou, perante o Conselho de Segurança da ONU, um longo relatório americano sobre as supostas armas do regime de Sadam Hussein.
Estes argumentos serviram para justificar, ainda, a invasão dos Estados Unidos no Iraque, mas as armas de destruição em massa nunca mais foram encontradas.
"A ideia de que mentia ou de que era manipulado é absurda. Acreditava nisso. Nosso exército acreditava nisso", disse Rumsfeld.
"Os países vizinhos de Sadam Hussein nos disseram: ;estejam prontos quando chegarem a Bagdá, eles usarão armas químicas contra as suas tropas;", acrescentou, cujo livro de memórias, intitulado "Known and Unknown" (O conhecido e o desconhecido) será publicado esta semana.
Quando perguntado se estava a par da falta de armas de destruição em massa, o ex-chefe do Pentágono respondeu que "não sabia", e acrescentou que os dados que os americanos tinham na época eram "sem dúvida errados".
Ele disse que ignorava qual teria sido sua reação caso tivesse sabido que os iraquianos não dispunham destas armas.
"Não tenho a menor ideia. O que sabem hoje pode servir para ajudá-los em relação ao que preveem amanhã. Mas não pode servir para o que aconteceu antes", afirmou.
Em suas memórias, Rumsfeld defende firmemente a guerra no Iraque sem assumir erros, segundo trechos consultados pelo The New York Times e o Washington Post.