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Mulher de um preso político cubano em greve de fome pede ajuda ao Papa

Havana - A esposa de um preso político cubano em greve de fome pediu ao Papa Bento XVI que interceda pela pronta libertação de 11 prisioneiros que recusam o exílio na Espanha, em uma carta que revelou à AFP e que a organização Damas de Branco entregou à Igreja nesta sexta-feira (4/2).

Alejandrina García explica ao Papa na missiva ter iniciado um jejum em 28 de janeiro porque em 7 de novembro venceu o prazo de quatro meses dado pelo governo para libertar 52 opositores, embora ainda estejam detidos 11, dois dos quais serão libertados "em breve", anunciou a Igreja esta sexta-feira.

"Peço ao senhor sua atenção ao que está acontecendo conosco, peço suas orações e que interceda ante estas gestões que carecem de transparência", diz García na carta, que leu por telefone de sua casa em Perico, província de Matanzas, 170 km ao leste de Havana, onde faz greve de fome.

A mulher, cujo esposo, Diosdado González, e outro preso, Pedro Argüelles, também se declararam em greve de fome para apoiá-la, expressou ao Papa que protesta "contra o silêncio do governo e do cardeal Jaime Ortega", e disse que manterá o jejum apesar do anúncio das duas libertações.

"Estou fraca, mas com força de espírito. Ligaram do arcebispado para me dizer que levasse em consideração que dois seriam libertados, que refletisse, mas vou continuar com a greve até que libertem o meu esposo", afirmou García, de 44 anos.

A carta foi entregue pelas líderes das Damas de Branco - esposas de presos políticos -, Laura Pollán e Berta Soler, cujo marido é um dos dois que serão libertados. O outro é Guido Sigler.

Soler explicou que a carta foi entregue no arcebispado de Havana, liderado por Ortega, onde também deixaram uma cópia para o Núncio, a fim de chegar nas mãos do Papa.