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Repórteres fazem manifestações em frente à embaixada do Egito em Paris

Paris - Militantes da organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) manifestaram-se nesta sexta-feira (4/2) diante da embaixada do Egito em Paris aos gritos de "Aqui mata-se a informação" - em protesto contra a violência cometida contra jornalistas estrangeiros no Cairo, constatou a AFP.

No final da tarde desta sexta-feira, a RSF publicou uma "contagem das abusos cometidos contra profissionais da imprensa, principalmente na praça Tahrir, no Cairo". Foram 60 jornalistas agredidos ou atacados, 57 detidos ou sequestrados e 17 casos de confisco ou de destruição de equipamentos.

"Este primeiro balanço não é definitivo, uma vez que a lista de incidentes aumenta, ao mesmo tempo em que é difícil estabelecer um relato coerente da situação, levando-se em conta as proporções da incrível campanha de ódio lançada contra a imprensa internacional", destacou a ONG em comunicado.

Durante a manifestação da RSF, cartazes e fotos de jornalistas agredidos no Egito foram colados na fachada do prédio.

Entre as faixas levadas por cerca de 20 militantes, podia-se ler: "Egito, pare com a violência contra os jornalistas".

Os manifestantes se dispersaram, depois, em calma.

"Fomos à embaixada do Egito para denunciar a campanha de ódio contra a imprensa internacional. As fotos dos profissionais feridos, agredidos, molestados, detidos, testemunha uma situação de assédio contínuo, destinada a sufocar a informação e a esvaziar o Cairo de jornalistas", declarou Jean-François Julliard, secretário-geral da organização.

"Hoje no Egito, incutiram medo aos repórteres, para que não fossem às ruas cobrir as manifestações", disse.

"É inaceitável que as autoridades egípcias se comportem desta forma. Tememos o pior para os jornalistas; sabemos que muitos foram obrigados a deixar o país", insistiu Julliard.

Também hoje, a ministra das Relações Exteriores Mich;le Alliot-Marie disse que a França estava sem notícias, no Egito, de três jornalistas e um pesquisador. Ela explicou que falou sobre o assunto em telefonema ao ministro egípcio Ahmed Abul Gheit.

À tarde, 450 egípcios que vivem na França, segundo a polícia, e mil, para os organizadores, se reuniram perto da embaixada para exigir "a partida imediata" do presidente Hosni Mubarak.