Brasília ; Reunidos nesta sexta-feira (4/2) na Praça Tahril, principal local de concentração dos últimos protestos no Cairo, no Egito, manifestantes gritam palavras de ordem e pedem a saída do presidente egípcio, Hosni Mubarak. É a chamada Sexta-Feira da Partida, quando os manifestantes contrários a Mubarak esperam que ele renuncie. Religiosos muçulmanos mantêm as cinco orações diárias em meio à confusão de gritos, movimentação de militares e tensão.
;Não vamos sair daqui;, avisou o comerciante Waalid Kamel, de 33 anos. ;Não saímos porque Mubarak quer que a gente vá embora. Isso seria o início do banho de sangue;, disse ele. ;As pessoas aqui levaram tanta pancada, sofreram tanto, que não estão dispostas a ir para outro lugar.;
Há barricadas na área que dá acesso à praça e em várias ruas do Cairo. Militares mantêm a vigilância em regiões consideradas estratégicas. Vez por outra há alarmes. ;Todos que estão aqui são pacíficos. Era muito fácil termos vindo de casa com facas. Mas se nos revistarem não será encontra uma pedra sequer;, disse Kamel.
A área em frente ao Museu do Egito, um dos principais pontos turísticos do país, virou centro dos confrontos entre os favoráveis e os contrários à permanência de Mubarak. O clima de tensão e apreensão permanece no país. Jornalistas estrangeiros relataram que foram agredidos, roubados e até humilhados. A ordem é que eles saiam do território egípcio.
Os militares das Forças Armadas do Egito cercaram a Praça Tahrir com arame farpado, mas não proíbem a entrada de manifestantes.