CAIRO - Os protestos contra o presidente egípcio, Hosni Mubarak, se estenderam por toda a capital Cairo nesta sexta-feira (28/1), dia tradicional de orações, quando milhares de pessoas saíram às ruas para pedir a queda do regime.
A polícia tentou dispersar a multidão usando gases lacrimogêneos e jatos de água ao término da oração na qual participou o opositor egípcio Mohamed ElBaradei junto a 2.000 pessoas.
Os fieis oravam diante de uma grande mesquita do bairro de Guiza, e gritavam "Abaixo (o presidente) Hosni Mubarak" imediatamente depois de terminada a oração, em meio a um importante dispositivo de segurança.
Este quarto dia de protestos recebeu, além disso, o apoio da Irmandade Muçulmana, principal força da oposição, que até agora apoiada sem grande entusiasmo estas marchas convocadas por núcleos de jovens com aspirações democráticas.
Durante a madrugada, foram detidos pelo menos 20 dirigentes da Irmandade Muçulmana, segundo o advogado do movimento.
A internet se encontrava inacessível na manhã desta sexta-feira no Cairo, segundo vários usuários e hotéis.
A internet tem sido um instrumento muito utilizado pelos militantes desde terça-feira para convocar protestos exigindo a queda do regime de Mubarak.
O ministério egípcio do Interior advertiu que tomaria "medidas decisivas" contra os manifestantes.
O aviso, publicado na madrugada desta sexta-feira (hora local), chegou depois que grupos opositores anunciaram que iriam organizar nesta sexta-feira manifestações "de ira" em várias cidades no fim das orações semanais, como parte da onda de protestos contra o poder que deixaram sete mortos, cinco manifestantes e dois policiais, além de dezenas de feridos.
"O ministério do Interior renova sua advertência contra tais ações e afirma que serão tomadas medidas decisivas para enfrentá-las, de acordo com a lei", indicou o comunicado.
Desde terça-feira, ocorrem manifestações sem precedentes pedindo a saída do presidente Mubarak. que planejam protestar novamente nesta sexta-feira contra o governo do presidente Hosni Mubarakpositor egípcio mais conhecido, ElBaradei chegou na quinta-feira ao Cairo e propôs liderar uma eventual transição política.