TÓQUIO - O ditador norte-coreano Kim Jong-Il era contrário à transmissão hereditária do poder, mas por fim decidiu designar seu filho mais novo para garantir a estabilidade do regime, declarou seu primogênito a um jornal japonês, em entrevista publicada nesta sexta-feira.
Em uma rara entrevista, concedida ao Tokyo Shimbun, Kim Jong-Nam, que vive no exterior, disse esperar que seu meio-irmão Jong-Un seja capaz de melhorar a vida dos norte-coreanos depois de chegar ao poder.
"Não houve sucessão por herança nem para o presidente chinês Mao Zedong", lembrou o empresário, de 39 anos, entrevistado no começo do mês no sul da China.
"Isso não corresponde ao socialismo, e meu pai era contra", disse.
"Eu compreendo que ele tenha se decidido (pela sucessão hereditária) para estabilizar o país", acrescentou. "E a instabilidade da Coreia do Norte conduziria à instabilidade da região".
Em outubro de 2010, coincidindo com os 65 anos do Partido dos Trabalhadores, o povo norte-coreano e emissoras de televisão de todo o mundo puderam ver o suposto substituto de Kim Jong-Il: Kim Jong-Un, de 27 anos, seu filho caçula.
Kim Jong-Nam vive entre Macau, onde reside em uma luxuosa mansão com a mulher e os dois filhos, e Pequim, onde também possui uma casa. Além disso, viaja com frequência a Bangcoc, Moscou e a alguns países da Europa.