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Chile investigará as circunstâncias da morte do presidente Salvador Allende


Brasília - Pela primeira vez, a Justiça do Chile vai abrir um inquérito para investigar as circunstâncias da morte do ex-presidente Salvador Allende, o último chefe de Estado democraticamente eleito no país antes do golpe militar de 1973. Há dúvidas se Allende foi assassinado ou suicidou-se no momento em que o Palácio de La Moneda (sede do governo chileno) foi tomado pelos militares. Ele morreu há pouco mais de 37 anos.

As informações são da TVN. rede estatal de televisão do Chile. O pedido de abertura de inquérito foi feito por Beatriz Pedrals, da Justiça Fiscal, e as investigações serão comandadas pelo representante do Ministério Público do Chile, ministro Mario Carroza.

Segundo Carroza, a missão será ;de enorme responsabilidade;. Ele disse que vai ouvir integrantes da Polícia de Investigações (PI) e analisar todos os documentos referentes ao tema.

O caso de Allende está entre 726 processos envolvendo vítimas de violação de direitos humanos durante o período militar no Chile ; de 1973 a 1990. A ditadura do ex-presidente Augusto Pinochet é considerada, por historiadores, uma das violentas da América Latina.

As circunstâncias da morte de Allende geram controvérsias até hoje e jamais foram investigadas por ordem judicial. Mas, no ano passado, a decisão do ministro da Suprema Corte do Chile Sérgio Muñoz mudou o tratamento dispensado ao assunto. Muñoz determinou que fossem abertos processos para investigar as circunstâncias da morte de todas as vítimas de violações de direitos humanos durante a ditadura.

Em 11 de setembro de 1973, o Palácio de La Moneda sofreu um ataque aéreo. O então presidente Salvador Allende morreu durante o ataque. Também estavam no local a primeira-dama, Hortensia Bussi, e alguns assessores e amigos do ex-presidente.