Agência France-Presse
postado em 27/01/2011 14:26
Brasília - O presidente de Honduras, Porfírio Pepe Lobo, completa nesta quinta-feira (27/1) um ano de governo e aguarda que o mandato seja reconhecido por um grupo de países que resiste à ideia, como o Brasil. A expectativa era que a eleição de Lobo encerrasse a crise política que começou em 2009, com a deposição do então presidente, Manuel Zelaya. Depois de afastado do governo hondurenho, Zelaya ficou quatro meses abrigado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.Além do governo brasileiro, Estados Unidos, México, Chile e alguns países da América Central manifestaram-se contra o governo Lobo com o argumento de que a queda de Zelaya foi decorrente de um golpe de Estado.
O grupo liderado pelos governos do Brasil, da Argentina, da Venezuela, da Bolívia e do Equador condicionam o reconhecimento do atual governo ao retorno de Zelaya (exilado na República Dominicana desde janeiro de 2010) ao país em segurança e sem risco de ser preso.
Os processos políticos que pesavam contra Zelaya, com acusações de que ele teria infringido a Constituição do país, já foram arquivados. Mas ainda pesam sobre o ex-líder hondurenho duas ações por corrupção. Também há contra Zelaya a acusação de que ele sacou, de forma indevida, US$ 2,15 milhões do Banco Central hondurenho, com o objetivo de custear um plebiscito sobre a reeleição no país.
Na avaliação do governo brasileiro, no entanto, a acusação de corrupção tem motivação política, já que o processo foi aberto após a deposição de Zelaya. Enquanto o Brasil prefere aguardar a decisão final da Justiça hondurenha sobre o caso de Zelaya, diversos países da região já restabeleceram relações diplomáticas com Tegucigalpa, com reconhecimento do governo Lobo, como Peru e Chile.
Com exceção da Nicarágua, todos os principais parceiros de Honduras na América Central normalizaram as relações diplomáticas o governo Lobo, além dos Estados Unidos, do México e da União Europeia, reconhecendo que a eleição de Pepe Lobo ocorreu de forma democrática e sem incidentes. Aliada aos esforços para apurar os fatos que culminaram na deposição de Zelaya, seriam argumentos suficientes para tornar a novo governo legítimo aos olhos da comunidade internacional.