Brasília - O presidente de Honduras, Porfírio Pepe Lobo, completa nesta quinta-feira (27/1) um ano de governo e aguarda que o mandato seja reconhecido por um grupo de países que resiste à ideia, como o Brasil. A expectativa era que a eleição de Lobo encerrasse a crise política que começou em 2009, com a deposição do então presidente, Manuel Zelaya. Depois de afastado do governo hondurenho, Zelaya ficou quatro meses abrigado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.
Além do governo brasileiro, Estados Unidos, México, Chile e alguns países da América Central manifestaram-se contra o governo Lobo com o argumento de que a queda de Zelaya foi decorrente de um golpe de Estado.
O grupo liderado pelos governos do Brasil, da Argentina, da Venezuela, da Bolívia e do Equador condicionam o reconhecimento do atual governo ao retorno de Zelaya (exilado na República Dominicana desde janeiro de 2010) ao país em segurança e sem risco de ser preso.
Os processos políticos que pesavam contra Zelaya, com acusações de que ele teria infringido a Constituição do país, já foram arquivados. Mas ainda pesam sobre o ex-líder hondurenho duas ações por corrupção. Também há contra Zelaya a acusação de que ele sacou, de forma indevida, US$ 2,15 milhões do Banco Central hondurenho, com o objetivo de custear um plebiscito sobre a reeleição no país.
Na avaliação do governo brasileiro, no entanto, a acusação de corrupção tem motivação política, já que o processo foi aberto após a deposição de Zelaya. Enquanto o Brasil prefere aguardar a decisão final da Justiça hondurenha sobre o caso de Zelaya, diversos países da região já restabeleceram relações diplomáticas com Tegucigalpa, com reconhecimento do governo Lobo, como Peru e Chile.
Com exceção da Nicarágua, todos os principais parceiros de Honduras na América Central normalizaram as relações diplomáticas o governo Lobo, além dos Estados Unidos, do México e da União Europeia, reconhecendo que a eleição de Pepe Lobo ocorreu de forma democrática e sem incidentes. Aliada aos esforços para apurar os fatos que culminaram na deposição de Zelaya, seriam argumentos suficientes para tornar a novo governo legítimo aos olhos da comunidade internacional.