TÚNIS - A greve geral convocada em Sfax, segunda maior cidade da Tunísia, no sul, teve a adesão de "milhares de trabalhadores de todos os setores" nesta quarta-feira (26/1), indicou à AFP Amine Cheffi, membro do bureau regional da central sindical UGTT.
Os grevistas começaram a se concentrar em frente à sede regional da União Geral de Trabalhadores Tunesianos (UGTT), para exigir a dissolução do governo de transição, dominado por figuras do regime do presidente deposto Zine El Abidine Ben Ali.
Além disso, a UGTT denunciou nesta quarta-feira que partidários de Ben Ali haviam atacado suas filiais na província, principalmente em Gafsa, no sudoeste.
"Milicianos e quadrilhas de bandidos vinculados ao antigo regime atacaram na terça-feira as sedes regionais de Gafsa, Kasserin (oeste), Beja (norte), Monastir e Medhia (centro)", declarou à AFP Iffa Nasr, porta-voz da UGTT.
A seção regional da central sindical convocou uma greve geral na terça-feira na província de Sfax para "apoiar as reivindicações do povo, que exige a demissão do governo de transição e a dissolução do RCD (partido de Ben Ali).
A UGTT de Sfax, importante metrópole econômica e bastião histórico do sindicalismo tunisiano, pediu a seus filiados que garantam um "serviço mínimo" nos setores essenciais (água, eletricidade e hospitais).
A poderosa central sindical tuniciana teve papel fundamental na mobilização dos protestos que culminaram com a queda do regime Ben Ali, que fugiu para a Arábia Saudita no dia 14 de janeiro.