Jornal Correio Braziliense

Mundo

Erakat denuncia 'mentiras' em documentos revelados pela Al-Jazeera

GAZA - O principal negociador palestino, Saeb Erakat, denunciou nesta segunda-feira "mentiras" contidas, segundo ele, nos documentos revelados pelo canal Al-Jazeera sobre as negociações de paz com Israel em 2008 e afirmou que não tem nada a esconder sobre o tema.

"O que foi divulgado foi deformado e retirado de contexto, e contém mentiras", declarou à AFP Erakat por telefone do Cairo, onde acompanha o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, em uma visita oficial.

"Estudaremos todos os documentos divulgados e que a Al-Jazeera divulgará", completou Erakat.

"Vamos examiná-los para revelar a verdade e, se for necessário publicar todos os documentos do departamento responsável pelas negociações, nós o faremos", disse.

"Não temos nada a esconder", reiterou o negociador palestino, antes de acrescentar que os documentos do departamento foram transmitidos regularmente para as instâncias dirigentes palestinas e de questionar sobre o momento escolhido para fazer as revelações.

"Por quê a Al-Jazeera divulga estes documentos quando enfrentamos Israel, Estados Unidos, o Conselho de Segurança, o governo de direita de (Benjamin) Netanyahu?", questionou.

Outro negociador palestino, Yasser Abed Rabbo, afirmou que parte dos documentos foi roubada por um funcionário do departamento de negociações da Organização de Libertação da Palestina (OLP) que ainda não teve a identidade descoberta.

Já Abbas expressou "surpresa", alegando que sempre manteve os dirigentes árabes informados sobre as negociações, de acordo com a agência oficial palestina Wafa.

"Não sei onde a Al-Jazeera encontrou estes documentos secretos, mas não escondemos nada de nossos irmãos árabes", disse.

A Al-Jazeera começou a divulgar na noite de domingo centenas de "documentos confidenciaus" sobre as negociações israelense-palestinas, que demonstram segundo a emissora que os negociadores palestinos estavam dispostos em 2008 a fazer grandes concessões sobre Jerusalém Oriental e o destino dos refugiados.