Os negociadores do Irã e da comunidade internacional recomeçam neste sábado (22) em Istambul, na Turquia, as conversas sobre o programa nuclear iraniano que ontem, ao serem retomadas, acabaram sem acordo. Houve ainda um momento de tensão com o aviso do embaixador iraniano na Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Ali-Asghar Soltanieh, de que não haverá suspensão do projeto de enriquecimento de urânio.
Para líderes estrangeiros, o fim do enriquecimento de urânio é fundamental para renegociar o encerramento das restrições ao Irã. De acordo com especialistas, o processo de enriquecimento é uma das etapas da fabricação de armamentos.
Nas reuniões de ontem estiveram presentes representantes do Irã, do P5%2b1 (Grã-Bretanha, China, França, Rússia, Estados Unidos e Alemanha), do Conselho de Segurança das Nações Unidas e da União Europeia. Nas conversas, as autoridades iranianas destacaram a necessidade da busca pelo diálogo com base no Acordo de Genebra, que determinou quatro etapas de negociações. Esta fase agora, em Istambul, inaugura a primeira rodada de diálogo.
Há sete meses, o Irã é submetido a sanções impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e unilateralmente por alguns países como os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália, o Japão e outros. A decisão foi tomada como forma de pressionar o Irã a abandonar o programa nuclear desenvolvido no país.
As restrições atingem diretamente as áreas de economia e comércio, vetando transações bancárias e o transporte por via marítima e aérea. Porém, os governos do Brasil e da Turquia atuaram para impedir a imposição das sanções. Ambos foram responsáveis pela intermediação de um acordo para a troca de urânio enriquecido com o Irã.
O acordo, porém, não foi aceito pela comunidade internacional que mantém a suspeita sobre a produção secreta de armas nucleares no Irã. Os iranianos negam a acusação e afirmam que o programa nuclear desenvolvido por eles tem fins pacíficos.