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Atentados no Iraque matam pelo menos 50 pouco antes de celebração xiita

Karbala - Pelo menos 50 pessoas morreram nesta quinta-feira (20/1) em uma série de atentados no Iraque, incluindo dois ataques suicidas perto de Karbala, ao sul de Bagdá, para onde milhões de xiitas devem peregrinar para uma importante celebração religiosa na próxima terça-feira.

Após um período de relativa calma, que se seguiu ao acordo que repartiu o poder entre os principais grupos políticos do país, os atentados se intensificaram novamente há três dias. Os alvos são principalmente peregrinos xiitas e membros das forças de segurança.

A escalada de violência suscita novos questionamentos acerca do exército iraquiano, formado pelas forças internacionais lideradas pelos Estados Unidos, que invadiram o Iraque em 2003 para derrubar Saddam Hussein. Seriam os soldados iraquianos incapazes de controlar o país após a retirada das forças americanas, prevista para daqui a alguns meses?

Os ataques que mais mortes provocaram nesta quinta-feira foram os atentados suicidas nos arredores de Karbala, onde ficam os mausoléus dos principais imãs do xiismo.

O primeiro ocorreu às 15h (10h de Brasília), a 10km da cidade, quando um terrorista detonou os explosivos de seu veículo; o segundo ocorreu do mesmo modo, 20 minutos depois, a 15km de Karbala, segundo Mohamed Hamid Al Musaui, chefe do conselho provincial.

"O primeiro atentado causou a morte de 20 pessoas, e o segundo, de 25", afirmou o porta-voz de um hospital do centro da cidade, acrescentando que quatro crianças e 20 mulheres estão entre as vítimas.

"Mas seguramente há mais mortos, porque chegaram a nós pedaços de corpos humanos que ainda não conseguimos identificar", indicou.

Também nesta quinta-feira dois policiais e um jornalista morreram em um atentado suicida com carro-bomba contra a sede da polícia provincial em Baquba, a norte de Bagdá.

Na terça-feira, pelo menos 50 pessoas morreram em Tikrit, ao norte de Bagdá, quando um terrorista suicida ativou o cinto de explosivos em meio a um grupo de recrutas que faziam fila para se alistar na polícia, no atentado mais mortífero depois do ataque a uma catedral siríaca católica de Bagdá em 31 de outubro de 2010.

O atentado em Tikrit foi o primeiro de grande envergadura desde que o novo governo do primeiro-ministro Nuri Al Maliki assumiu o poder, em dezembro. Em seu discurso de posse, Maliki afirmou que a segurança é uma de suas prioridades.