Jornal Correio Braziliense

Mundo

ONU recomenda atenção e alerta ao retorno de Baby Doc ao Haiti

Brasília - O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos recomendou que as autoridades do Haiti examinem em detalhes as razões do retorno do ex-presidente haitiano Jean Claude Duvalier, conhecido como Baby Doc, ao país. Para as Nações Unidas, os efeitos do regresso de Baby Doc são imprevisíveis e o alerta deve ser mantido.

O porta-voz do Alto Comissariado, Rupert Colville, afirmou que o interrogatório a que foi submetido Baby Doc na terça-feira (18/1) e as acusações feitas formalmente pela Promotoria de Justiça do Haiti não indicam ainda se há disposição em punir o ex-presidente da República.

"É preciso reunir provas de uma forma organizada. Não se pode construir um caso baseado no nada. Portanto, não se sabe se há pedidos pendentes de prisão;, disse o porta-voz. Segundo ele, é fundamental lembrar que durante os 15 anos que esteve no poder Baby Doc é acusado de violações dos direitos humanos.

Para o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o retorno de Baby Doc ao Haiti no último dia 16 ; quando estava previsto e depois foi cancelado o segundo turno das eleições presidenciais no país ; deve ser analisado como algo que "levanta questões sobre responsabilidade e impunidade".

Baby Doc governou o Haiti no período de 1971 a 1986. Ele foi deposto do poder por uma reação popular. Era acusado de uma série de crimes e de promover o terror no país por meio da ação das milícias ; grupo denominado de Tontons Macoutes. Por 25 anos, o ex-presidente viveu na França.