Abidjan - O mediador da União Africana (UA) Raila Odinga deixará nesta quarta-feira a Costa do Marfim sem ter conseguido desbloquear a crise gerada pelas presidenciais no país, cuja vitória é reivindicada pelo presidente em fim de mandato Laurent Gbagbo e o adversário, Alassane Ouattara, anunciou o porta-voz nesta terça-feira (18/1).
"Posso confirmar que partirá às 8h (locais, 6h de Brasília) justo depois de uma entrevista coletiva às 7h30 no aeroporto" de Abidjan, declarou à AFP Salim Lone, porta-voz do primeiro-ministro queniano Raila Odinga.
Odinga se reuniu na noite de segunda-feira com Gbagbo e com Ouattara e está à espera de uma resposta às propostas, cujo conteúdo não revelou.
A UA, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e quase toda a comunidade internacional multiplicaram os chamados a Laurent Gbagbo para que fique no poder. Este último está sob ameaça de uma intervenção militar da África Ocidental.
Na terça-feira, "Odinga esteve em contato (com as duas partes) mas por enquanto não houve nada de concreto", explicou Lone.
No entanto, considerou que a missão do premier queniano foi "frutífera, na medida em que cada vez que vai a um país, sobretudo a um país em crise, se aprende muito sobre o país e seu povo, o que permite fazer outras propostas quando as que foram feitas não dão resultado".
Odinga "não previu, por enquanto, voltar mas voltará certamente se for necessário. Não abandona", assegurou o porta-voz.
O primeiro-ministro queniano, que já participou no começo de janeiro de uma missão de mediação com três chefes de Estado africanos, prevê, segundo Lone, viajar a Gana.
O emissário havia anunciado na segunda-feira que poderá viajar em seguida a Gana, Angola ou até mesmo Burkina Faso para fazer consultas sobre esta crise.