A Islândia está se preparando para voltar a se financiar nos mercados pela primeira vez desde sua derrocada, no fim de 2008, que obrigou o país a aceitar a ajuda do FMI, no que parecer ser um sinal de saneamento de sua economia.
"Somos otimistas de que haverá demanda (para os bônus do Tesouro islandeses), já que tem havido progressos no desenvolvimento da economia islandesa", disse o diretor da área de financiamento e dívida do ministério das Finanças da ilha, Ingvar Ragnarsson.
Este encarregado informou à AFP que a Islândia buscará dinheiro nos mercados de obrigações do Estado com uma emissão de bônus em euros, a primeira nesta moeda desde 2006, quando o país havia obtido 600 milhões.
Estes empréstimos, do qual a Islândia pagou 400 milhões de euros até o momento, vencerão em dezembro deste ano, segundo Ragnarsson.
O encarregado não disse quanto dinheiro a Islândia buscará obter nem quando ocorrerá a emissão.
"Ainda não há nenhuma decisão sobre o montante nem sobre a data. Não estamos pressionados, já que a nossa posição de liquidez cobre todos os vencimentos de dívida deste ano", explicou.
"A política de longo prazo é que o financiamento em moeda estrangeira se realize através da emissão de bônus nos mercados de capitais. Por isso, nos próximos anos substituiremos os atuais empréstimos do FMI e outros países que nos ajudou com o financiamento dos mercados de capitais", continuou Ragnarsson.
O ministro islandês das Finanças, Steingrimur Sigfusson, tampouco quis dar precisões sobre o montante ou a data da emissão de eurobônus, embora tenha dito à AFP que voltar aos mercados europeus "tem estado no horizonte durante certo tempo".
"É algo que teríamos planejado fazer quando chegasse o momento indicado", acrescentou.
O sistema bancário islandês, hipertrofiado, ruiu em outubro de 2008, arrasado pela crise financeira mundial, o que provocou a intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Após sete trimestres consecutivos de queda do PIB, a economia islandesa saiu formalmente da recessão no terceiro trimestre de 2010, ao crescer 1,2%.
Segundo o especialista Thorolfur Matthiasson, professor de economia da Universidade da Islândia, resta ver se a emissão de eurobônus "contribuirá de forma significativa para tirar a Islândia da crise".
"Acho que todas os sinais apontam a que estamos saindo (da crise). Quanto tempo levará, é outra história", destacou.