Túnis - Os confrontos entre manifestantes e forças de segurança recomeçaram nesta segunda-feira no centro de Túnis, enquanto que um ferido nos disparos de domingo morreu no hospital.
Três localidades - Kaserin, Thala e Regueb - eram cenário de violências nesta segunda-feira, em uma repetição dos distúrbios desencadeados em Túnis em meados de dezembro para protestar contra o desemprego.
A revolta popular na Tunísia contra o alto custo de vida deixou neste fim de semana entre 14 e 20 mortos.
O governo tunisiano revisou para a alta à noite o balanço dos confrontos registrados no fim de semana nas regiões do centro-oeste do país, elevando de 8 para 14 o número de mortos.
Entretanto, outras fontes indicaram que este balanço pode ser muito maior devido ao "grande número de feridos graves". Sindicalistas que pediram o anonimato afirmaram neste domingo à AFP que o número de mortos pode chegar a 35 entre Thala e Kaserín, assim como em Regueb, na região de Sidi Buzid, no centro do país.
Um líder da oposição, Ahmed Nejib Chebbi, anunciou, por sua vez, que pelo menos 20 pessoas morreram baleadas, e pediu ao presidente Zine El Abidine Ben Ali, no poder desde 1987, que ordene "um cessar-fogo imediato".
A revolta popular foi iniciada na região de Sidi Buzid após o suicídio, no dia 17 de dezembro, de um vendedor ambulante sem licença, que se sacrificou para protestar contra a apreensão de sua mercadoria de frutas e verduras.
Este homem, Mohamed Buazizi, de 26 anos, de quem sua família dependia financeiramente, tornou-se o símbolo de uma revolta sem precedentes na Tunísia contra a precariedade social e o desemprego. Esta revolta estendeu-se a outras regiões, com greves, manifestações e inclusive suicídios.