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Cercado, presidente eleito da Costa do Marfim espera solução para crise

Cercado em um hotel em Abidjan, capital da Costa do Marfim, o presidente eleito do país, Alassane Ouattara, aguarda uma solução pacífica para deixar o local. O líder da oposição, cuja vitória nas urnas foi confirmada pela Organização das Nações Unidas (ONU), quer assumir o poder, mas o atual presidente, Laurent Gbagbo, recusa-se a deixar o cargo.

Nesta terça-feira (4) Gbagbo havia prometido negociar um ;fim pacífico; para o impasse político no país. De acordo com autoridades, há um acordo sendo negociado na tentativa de acabar com a crise que começou com as eleições presidenciais, no final de novembro de 2010.

O oposicionista Ouattara foi reconhecido internacionalmente como vencedor do pleito, apesar de Gbagbo, que tentava a reeleição, também ter se declarado vencedor. Com os dois presidentes tendo organizado posses simultâneas, o país entrou em uma espécie de limbo político. O impasse tem provocado confrontos e violência entre militantes dos dois lados e a fuga de cidadãos do país.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou que há 22 mil pessoas na Costa do Marfim em busca da Libéria, que faz fronteira com o país. De acordo com a entidade, esse número aumenta.

Paralelamente, líderes políticos africanos pressionam para que Gbagbo deixe o governo. Ontem, o primeiro-ministro do Quênia, Raila Odinga, disse que Gbagbo não tem alternativa senão deixar a Presidência. Ainda não foi descartada a opção de uma intervenção militar no país por parte das nações oeste-africanas.