Bogotá - Ex-refém das Farc, a franco-colombiana Ingrid Betancourt criticou a decisão da guerrilha colombiana de libertar "a conta-gotas" os sequestrados, em declarações a uma rádio colombiana, enquanto os rebeldes se preparam para soltar mais cinco pessoas.
"(A libertação) é uma boa notícia para todos nós, mas eu acho que libertar a conta-gotas é muito frustrante para todos nós. Eu acho que todos os que estão nas selvas da Colômbia merecem a liberdade", afirmou a ex-refém à rádio privada Caracol.
A ex-candidata à Presidência da Colômbia, que ficou seis anos e meio nas mãos das Farc até ser resgatada pelo Exército colombiano, desafiou os rebeldes.
"No dia em que deixarem de sequestrar, poderemos falar de outra forma e podermos abrir as vias do entendimento para a paz", acrescentou.
Ela também incentivou seus antigos companheiros de cativeiro.
"Desejo-lhes um Feliz Ano porque este será um bom ano para cada um de nós porque será a libertação de cada um de vocês e os estamos esperando com muita fé", disse Betancourt, que agora vive entre Paris e Nova York.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, "deve ter na agenda de prioridades de seu governo para o presente ano o tema da liberdade dos sequestrados", afirmou.
Em 8 de dezembro do ano passado, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram em comunicado que entregariam à ex-senadora Piedad Córdoba cinco reféns: dois políticos e três militares. Segundo declarações de Córdoba no sábado, as libertações ocorrerão antes do fim de janeiro.