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Polêmica em Israel por morte de palestina com gás lacrimogêneo

Jerusalém - A morte de uma mulher palestina após ter inalado gás lacrimogêneo, durante uma manifestação contra o muro de separação israelense na Cisjordânia, provocou polêmica em Israel, este domingo.

A vítima, Jawaher Abu Rahma, de 36 anos, morreu esta madrugada após dar entrada em estado crítico, na sexta-feira, no hospital de Ramallah, depois de perder o conhecimento durante o protesto.

Segundo declarações de manifestantes e médicos, Rahma ficou presa em meio a uma densa nuvem de gás lacrimogêneo. O exército israelense usou grande quantidade deste gás contra os manifestantes.

O exército israelense declarou, em um comunicado, que "foi aberta uma investigação para determinar as causas exatas desta morte", afirmando ter "contatado em vão a Autoridade Palestina para obter um parecer médico do hospital" sobre o óbito.

O advogado israelense da família Abu Rahma, Michael Sfar, acusou este domingo o exército "de ter utilizado uma quantidade maciça de gás", pondo em risco a vida dos manifestantes.

"Uma vez mais, o exército encobre os atos dos seus homens, ao invés de apresentar seu pesar e investigar seriamente" o caso, declarou à rádio militar.

Várias centenas de manifestantes israelenses, entre eles um deputado de esquerda Meretz, protestaram na noite de sábado em frente à sede do ministério da Defesa, em Tel Aviv.

Segundo seu porta-voz, uma ONG defensora dos direitos humanos, a B;Tselem, reclamou este domingo que "a investigação do exército não seja confiada ao comando, mas à Justiça militar".

A morte de Jawaher Abu Rahma foi qualificada de "crime de guerra" pela Autoridade Palestina.

O exército israelense destacou na sexta-feira que 250 manifestantes haviam atirado pedras contra militares israelenses e que então eles usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersá-los e esvaziar a área, em Bilin (Cisjordânia).